domingo, 21 de julho de 2013

Cânion do Colca - Peru

Pessoas,

continuando os posts sobre nossa viagem ao Peru em junho de 2013. De Arequipa, partimos cedinho para o tour de 2 dias e uma noite no Cânion do Colca, finalizando em Puno (e não voltando para Arequipa, como é mais comum).  

Como sempre, pesquisei sobre agências na internet e acabei dispensando umas 3 que me agradaram por causa da exigência deles de efetuar o pagamento antes via Western Union. Até que eu descobri a Giardino Tours, que tem uma parceria com a empresa 4M, que faz o trecho Chivay - Puno, que foi o caminho que fizemos em vez de voltar à Arequipa. Não tinha referência alguma da agência, mas gostei de poder efetuar o pagamento quando chegasse em Arequipa e o valor era um pouquinho mais baixo. 

Sobre os valores, o mesmo serviço pela Colca Tours sairia $175 por pessoa e eu teria que pagar antecipadamente, e pela Giardino saiu $160 (inclui transportes, guia, hotel, café da manhã, e não inclui entradas - S./ 70 soles a entrada para estrangeiros, e para brasileiros é S./40-, almoço, jantar e entrada para as piscinas termais). Pela Colonial Tours, sairia $ 135, mas li umas resenhas falando tão mal da empresa que não quis arriscar. Indico a Giardino. O carro era novo, o motorista não era doido e o guia era bem legal.

Os valores do tour variam de acordo com o hotel que você escolher para pernoitar. Nós escolhemos o Colca Logde (mais caro de todas as opções) e a opção não poderia ter sido melhor. Ele fica localizado num vale belíssimo, em Yanke,  na beira do rio Colca e a principal razão: possui suas próprias piscinas termais para os hóspedes. Então, depois de almoço, nos deixaram lá e não precisamos mais sair. Sugiro muito escolher um hotel com um mínimo de estrutura, porque todos ficam localizados em meio a nada. No segundo dia, os outros turistas reclamaram de quarto frio do hotel Pozo de Cielo e da falta de restaurante do hotel Mamayacchi. Eles tiveram que lugar para o guia para que a van os levasse para jantar em Chivay. Uma dica: o site do Colca Lodge não retrata bem a maravilha que ele é.

O tour é basicamente assim: a agência contratada te busca no hotel umas 7h e vai rumo à Chivay, a cidadela perto do Cânion do Colca, o segundo maior do mundo. Almoçamos em Chivay e depois eles vão distribuindo a turma nos hotéis escolhidos. Quem quiser ir às piscinas termais a tarde, a van passa recolhendo e depois deixa no hotel. Quem não quiser, só verá a van novamente no dia seguinte cedo. No segundo dia, visita-se o Cânion do Colca na parte da manhã, e também há paradas em mirantes para fotos, banheiro e comprinhas. Por volta de 11h todo mundo almoça em Chivay. Depois do almoço, eles deixam quem vai seguir para Puno no ponto de saída do ônibus, e volta com o restante da turma para Arequipa.

Na caminho, o guia vai explicando sobre a civilização inca, histórias do povo peruano, os camelídeos e também fazemos paradas para fotos e usar o banheiro. Nessa parte da manhã, vimos muitas alpacas, lhamas e algumas vicunhas e uma também umas paisagens desesperadoramente lindas, com montanhas, lagos, vulcões, campos, picos de montanha com neve e ainda alpacas e lhamas. Tudo isso na Reserva Natural Pampa Cañahuas.






Filhotes de lhama numa lanchonete que paramos para beber algo quente e usar o banheiro.


Também nessa manhã chegamos no ponto mais alto (literalmente) da nossa viagem: Pata Pampa, a 4.820 metros acima do mar. E sabe o que mais? Nevava!!!! Pouco, mas era neve. E, óbvio, fazia um frio tão desesperador quanto a beleza das paisagens. Nesse momento, eu passava mal e não conseguia sair para ver a minha primeira neve :-(




Eu lá dentro da van passando mal.



O tal soroche (mal das alturas por causa da baixa oxigenação) me pegou nesse dia: minha pressão baixou, ficava tonta e eu não conseguia comer, dava vontade de vomitar. Fiquei uns 3 dias comendo quase nada, comprei as Soroschi Pills (caro, S./ 38 por 20 comprimidos) e depois passou. Mascar a folha de coca para mim não teve efeito algum. Cheguei a mascar algumas no início do passeio, antes de chegar nessas partes altas e passei mal mesmo assim.

Almoçamos num buffet de comida peruana, o Los Portales, bem bacaninha, por uns S./ 25 por pessoa. Depois do almoço, todos foram deixados nos seus hotéis e, no nosso caso, só saímos dele no dia seguinte bem cedo, às 06h30, para irmos ao Cânion do Colca.

Usamos as piscinas termais naturais do hotel e foi fantástico! A temperatura devia estar uns 10º, e as piscinas 38º, ao ar livre, em meio uma paisagem fantástica. Foi maravilhoso! Vale o frio cortante entre estar de roupa de banho e entrar na água. Juro. O atendimento do hotel é espetacular, (destaque para o fato dos funcionários preencherem aquela ficha chata e inútil do check in!), água no quarto, quarto quentinho, café da manhã ótimo, instalações mega confortáveis. Só um defeitinho: os quartos não tem wifi e nem televisão. Mas, quem se importaria com isso tendo a cama disposta frente a uma janela de vidro que dava para as montanhas e, como se não bastasse, uma lua belíssima que chegava até a iluminar a cama??? Puro romance!

  
Vista da nossa janela e da nossa sacada no Colca Lodge


Colca Lodge
Colca Lodge 
Colca Lodge 
Piscinas termais exclusiva para hóspedes no hotel Colca Lodge 



Piscinas termais exclusiva para hóspedes no hotel Colca Lodge 




O restaurante do hotel é bacana e não é caro. Os pratos principais ficam entre S./ 34 e S./ 50.


No dia seguinte cedinho, tipo 6h, a van sai recolhendo o povo todo para irem ao cânion, com paradas em pontos de observação, tanto dos vários vales que tem na região, como para ver os famosos condores. Vimos bem poucos :-(

Tá vendo um condor de asas abertas ali bem no meio da foto?


Ponto de observação dos condores

Cruz del Condor

Ponto de observação dos condores
Ponto de observação dos condores
Paisagem apaixonante, em algum dos mirantes pelos quais passamos.

Paisagem apaixonante, em algum dos mirantes pelos quais passamos.
Paisagem apaixonante, em algum dos mirantes pelos quais passamos.
Paisagem apaixonante, em algum dos mirantes pelos quais passamos.

A região é muito rica em história e paisagens, vale muito a pena. Além do cânion, vemos pessoas que vivem ali pelo vale, sustentando-se com base na agricultura e pecuária, e utilizando as técnicas milenares desenvolvidas pelos incas. O guia é fundamental pra nos dar essa noção histórica do local.

Por volta de 11h30 paramos para almoçar em outro buffet de comida peruana, em Chivay, que não anotei o nome. O preço era também por volta de S./ 30. Depois eles nos deixaram no local de onde partia o ônibus para Puno, da empresa 4M e seguiram de volta para Arequipa.

Esse passeio foi uma das partes preferidas da viagem. Mesmo passando um pouco mal, consegui me deslumbrar e me impressionar com a beleza da região do Cânion do Colca. É imperdível!

Beijocas. Vanessa.

Arequipa

Pessoas,

continuando os posts sobre o Peru, depois de Nazca fomos para Arequipa. Achei estranho quando solicitei ao hotel um transfer da estação de ônibus para o hotel e eles negaram alegando que era melhor pegarmos um táxi porque eles não saberiam nosso horário exato de chegada.

Tinham razão. O ônibus, previsto para chegar 07h, chegou quase 08h30. O hotel havia nos informado que o táxi seriam 8 soles, e o guichê  de informações turísticas da estação de ônibus também. Porém o taxista nos cobrou 10 soles e quando revidei ficou dando umas explicações de rua que sobre e que desce. Topamos  pra evitar a fadiga (afinal, tínhamos viajado a noite toda e estávamos loucos para chegar no hotel, não valia a pena brigar por S./ 2 ou R$ 1,63), mas odeio esse "pega trouxa" em turismo.

Ficamos em Arequipa apenas esse dia e uma noite, pois no dia seguinte seguimos cedo para o Canion de Colca. Hospedamo-nos no hotel La Hosteria, reservado pelo booking.com, por $69 com café da manhã. O hotel é super bem localizado, nas costas do Convento Santa Calina, bem no centro, pertinho de tudo. Nos deixaram fazer o check in mais cedo e o atendimento é bem cordial. Fica num casarão antigo e tem belos portão e jardim. O quarto era grande e a roupa de cama muito confortável. Pontos negativos: as tomadas dos quartos eram tão velhas que não segurava o plugin dos carregadores de celular e tals, achamos uma decente e por sorte tínhamos um T; chuveiro com ducha fraca e água que não esquentava bem (isso é um problema corriqueiro no Peru); não tinha wifi nos quarto; no box do banheiro, não havia suportas para sabonete, shampoo; não tinha secador de cabelo no quarto e o da recepção era péssimo, além de claro, não fixar na tomada. Valeu para 1 noite e por $69.

Depois que chegamos ao hotel, gastamos umas duas horas com banho, café e resolver duas coisas: ir até à Giardino (do ladinho) pagar o tour do dia seguinte (Canion de Colca), e  resolver a passagem de Cusco para Lima, que compramos a parte pela Star Peru porque não consegui emitir esse trecho por milhas. Só que a Star Peru resolveu mudar nosso voo e complicar nossa vida, porque ficaríamos com o tempo muito curto entre chegar em Lima, desembarcar e embarcar novamente. Exemplo claro de quando o barato sai caro. Mas o bom na vida é ter problemas que se resolvem com dinheiro, né? Cancelamos a passagem da Star Peru (eles cancelaram sem problemas ou taxas), que tinham saído por $289,34 e compramos da Taca pela internet, por $353,06 as duas passagens com taxas. Pronto. 

Arequipa é uma cidade liiinda! Pode ir conhecer. Ficamos praticamente meio dia e uma noite e achei bom. Só não conseguimos conhecer a parte interna da catedral, que é esplêndida, mas porque tivemos perrengues. Começando mais cedo, umas 10hs, dá pra fazer tudo em um dia.

Portal à esquerda catedral, que é magnífica por fora.

Tudo resolvido, fomos conhecer a Juanita. A Juanita é uma das múmias mais bem preservadas do mundo. Segundo contam, foi sacrificada como oferenda aos deuses pelas comunidades Andinas há mais de 500 anos. O corpo foi encontrado congelado em 1995 no topo do vulcão Ampato e hoje está no Museu Santuários Andinos, cuja entrada custa uns S./ 20, a visita é guiada, dura por volta de 1 hora e vale a pena. Não pode tirar foto.

Daí, fomos almoçar no Chica, mais um restaurante do Gaston Acurio. Foi ótimo! O ambiente é lindo, ora clássico, ora peruano, ora descontraído, ora formal. O atendimento foi ótimo e a comida muito boa. Recomendo demais! A conta com dois piscos sour, uma água com gás, um ceviche, um arroz com pato, uma salada e uma sobremesa bateu em S./ 194 (R$ 158,59).

Milho crocante salgado pra gente beliscar. Viciei nisso. Não cobrado

Couvert com pães deliciosos e quentinhos. Não cobrados, o que acho muito gentil e honesto por parte da casa. 
Salada orgânica com alface, abobrinha, berinjela, aspargos, tomate e um molho de limão, ervas e azeite balsâmico dos deuses. Sabem aquela salada farta e deliciosa que te faz feliz como prato principal? É essa. S./ 26 (R$ 21,00)

Sobremesa de Pana Cotta com Lúcuma, S./ 21 (R$ 17,16), Ceviche de Corvina, S./ 49 (R$ 40,50), Arroz com Pato, S./ 49 (R$ 4050), Pisco Sour e Cholopolitan (ou Piscopolitan), S./ 21 (R$ 17,16), da esquerda para a direita. Tudo maravilhosamente ótimo.


Depois do almoço, fomos ao Convento Santa Catalina. Imenso! Ocupa praticamente o quarteirão inteiro. E era uma cidade mesmo para as freiras, que não saiam dali. Há ruas, praças, fontes. Logo após a entrada, que custa S./ 35,  há guias que oferecem a visita guiada em várias línguas por S./20. Aceitamos e valeu a pena, pois as explicações foram bem detalhadas e nos contaram muitas coisas interessantes. Dura por volta de 1 hora.





Foto tirada de um terraço no convento.



Depois do Convento Santa Catalina, tentamos conhecer a catedral, mas já estava fechada. Pena. Daí a gente foi andar na praça, compramos chocolates Ibérica, vimos uma loja ou outra até que deu fome novamente. Tiramos poucas fotos, mas juro que a cidade tem cada monumento lindo e grandioso, muitos feitos com a famosa rocha branca "sillar", vulcânica, e que apelida a cidade de Cidade Branca.

Catedral na Praça de Armas

Praça de Armas

Praça de Armas, e a catedral quase toda ao fundo.

Algum lugar lindo que não sei o que é.




Daí jantamos no Zig Zag, por dica do TripAdvisor. Lugarzinho bem bacana, cuja conta com uma água, uma entrada, um prato principal e um vinho bateu nos S./ 167 (R$ 136,52). Preferi o Chicha, mas esse é bem confortável e a comida também é bem gostosa.

Couvert não cobrado. Não era muito bom.

Vinho peruano, S./ 80 (R$ 65,40). Definitivamente, os vinhos peruanos não são bons. Puxam para o azedo, são estruturados e complexos demais. E não são muito aromáticos.


Entrada chamada Antipasto Marítimo, S./ 38 (R$ 31,00), com camarões, salmão e truta. Bem gostoso.

Uma das especialidade da casa: carne na pedra vulcânica. Esse prato é a Trilogia de Carnes, com boi, alpaca e cerdo, porção de 200gr., por S./ 45 (R$ 36,78), acompanhado de batatas nativas salteadas e salada verde. Ah, e um babador :-) Uma delícia e é interessante observar como a carne de alpaca é diferente. Não parece nada com boi, nem com porco. É muito gostosa e bem leve.


No caminho de volta para o hotel, demos uma paradinha num "biergarten" que tínhamos visto mais cedo. Pub meio fuleiro e sem cerveja decente. Tocava música pop e vazamos rapidamente. Na verdade, o melhor de ir até lá foi dá de cara com uma parada gay que estava rolando em Arequipa! Pura diversão. E estava relativamente cheia, com pessoas de todos os sexos e idades. Pareceu séria.





Depois, casa, cama e, no dia seguinte, Canion de Colca, que fica para o próximo post.

Beijocas. Vanessa.